A batalha pela reabilitação de pacientes com covid-19 é intensa e constante nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Prontos-Socorros Covid-19, administrados pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF). Os profissionais de saúde – entre eles, os dentistas – buscam, a todo custo, impedir que a interferência de fatores externos prejudique o tratamento dos internados.
Por isso, os dentistas cuidam da higiene bucal desses pacientes por meio da remoção e do controle de placa bacteriana, uma da ação que evita que a cavidade bucal seja a porta de entrada de outros organismos infecciosos e debilite ainda mais o organismo dos doentes.
“Os pacientes acometidos pela covid-19 que chegam às unidades de saúde e vão para a UTI normalmente precisam ser intubados para atuação dos ventiladores mecânicos, aparelhos que melhoram a oxigenação. Porém, durante o uso dos ventiladores, os pacientes ficam com a boca aberta, o que pode ser a porta de entrada para a proliferação de infecções externas que pioraram o estado de saúde deles”, explica o cirurgião-dentista da UTI Covid-19 do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Túlio de Lucena Pires.
Segundo ele, pesquisas na literatura da odontologia apontam que a qualidade da saúde bucal das pessoas está diretamente ligada à progressão e ocorrências de diversas doenças respiratórias, entre elas a covid-19. Ou seja, quanto pior a saúde bucal, mais graves podem ser os sintomas da doença. “Por isso são necessários cuidados constantes com a limpeza da boca e ida periódica a dentistas”, adverte Túlio.
Assim, a limpeza da boca dos pacientes é feita periodicamente com uso de gases e antisséptico bucal nos hospitais de Base (HB), de Santa Maria (HRSM), além das unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que contam com 48 dentistas de saúde ao todo. “Esse simples ato salva vidas e permite uma recuperação mais rápida”, garante Túlio.
Os dentistas também são responsáveis pela realização de operações e cirurgias em casos necessários, bem como por analisar se os internados fazem uso de próteses ou aparelhos dental, que precisam de uma limpeza específica.
“Quando um paciente dá entrada, nós avaliamos toda a cavidade bucal para verificar se há algum dente com cárie ou mole, impedindo que ocorra uma contaminação por meio deles”, aponta o profissional, ao afirmar que todos os procedimentos são feitos com autorização dos familiares, caso o paciente esteja inconsciente.
(Thaís Umbelino – IGES-DF)