Janeiro é o mês das férias escolares e, consequentemente, o das viagens mais longas de avião com a família. Quem nunca sentiu aquele desconforto ao viajar por horas em poltronas apertadas? Para quem vai aproveitar esta época fora do país, é importante ter alguns cuidados durante a viagem, para evitar o risco da trombose venosa profunda. Muita gente desconsidera, mas uma série de hábitos típicos das viagens aéreas podem ser extremamente prejudicial se forem combinadas com outras complicações de saúde: ar condicionado potente, não beber água regularmente e, principalmente, não movimentar as pernas com frequência.
A má circulação dos membros inferiores quando associada a fatores genéticos, obesidade, diabetes, sedentarismo, hipertensão e tabagismo pode causar a trombose. Não à toa, a doença, neste caso, pode também ser chamada de “trombose dos viajantes”. “A trombose venosa profunda, ou trombose do viajante, é a formação de coágulos no sangue. A doença pode ocorrer em longas viagens de avião porque o passageiro fica sentado por muito tempo durante o voo, o que represa a circulação sanguínea nos membros inferiores”, esclarece o Dr. Gilberto Narchi, cirurgião vascular do HCor (Hospital do Coração).
Trombose venosa profunda ou “mal da classe econômica”
Por que o problema é conhecido como “mal da classe econômica”? Para o cirurgião vascular do HCor, é devido as poltronas do avião que limitam a mobilidade do passageiro, o que dificulta a circulação. “As poltronas do avião são apertadas, o passageiro fica retraído e isso favorece a formação de trombos nas pernas”, orienta o Dr. Narchi, do HCor.
Cuidado com os trombos!
Os trombos geralmente se formam nas veias da panturrilha mas podem, também, se alojarem nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores. “Os principais sintomas da trombose venosa profunda são dores nas pernas, coloração do membro mais avermelhada ou próxima ao roxo, formigamento e adormecimento. No entanto o problema também pode ser oculto e ser diagnosticado por exames específicos”, alerta o cirurgião vascular do HCor.
A curto prazo, o maior risco para os pacientes com trombose venosa profunda é que o coágulo se desprenda da veia e se desloca pela circulação até o pulmão, o que causa a embolia pulmonar. A longo prazo há risco de varizes e insuficiência venosa crônica, desencadeada pela destruição das válvulas do interior das veias, responsáveis por levar o sangue venoso de volta ao coração
Prevenção: apesar de ser potencialmente grave, as medidas para prevenir a trombose do viajante são simples e eficazes. Confira as dicas do Dr. Gilberto Narchi, cirurgião vascular do HCor:
Movimento: movimentar-se durante o voo é a medida mais eficaz para evitar o problema. A doença pode ocorrer em longas viagens de avião porque o passageiro fica sentado por muito tempo durante o voo, e represa a circulação sanguínea nos membros inferiores. Então é importante levantar-se e esticar as pernas e caminhar até
Roupas confortáveis: utilizar roupas confortáveis. Roupas apertadas podem comprometer a circulação e concentrar o sangue em determinada parte do corpo, o que facilita a formação de coágulos.
Hidratação: hidratar é importante durante o voo. Não tomar água torna o sangue mais viscoso e facilita a formação de trombos.