A endometriose atinge cerca de 180 milhões de mulheres no mundo, sendo quase 7 milhões só no Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença afeta o sistema reprodutivo e está associada às causas de infertilidade. Apesar de crônica, o diagnóstico com precisão possibilita a realização de tratamento que reduz os sintomas e evita complicações.
Como a endometriose pode se manifestar de maneiras diferentes – superficial, ovariana e profunda -, a recomendação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é que as pacientes sejam avaliadas com a ressonância magnética da pelve, um exame detalhado, capaz de investigar as estruturas que compõem a região, como útero, bexiga, cólon e reto.
De acordo com a Febrasgo, esse é o melhor método de imagem para análise das lesões que ocorrem na endometriose ovariana. Isso porque o exame permite identificar as dimensões e diferenciar os tipos de cistos espessos.
Com essas informações, é possível saber, por exemplo, se a paciente deverá ser encaminhada para o procedimento cirúrgico. “A ressonância magnética fornece uma avaliação abrangente da pelve, com aquisições em múltiplos planos, excelente resolução anatômica e espacial”, informa a federação.
Para os diagnósticos da endometriose profunda, o exame pode ser associado ao ultrassom transvaginal, que também avalia lesões situadas no intestino. Segundo informações da Febrasgo, a endometriose superficial não pode ser identificada em exames de imagem.
Aspectos e sintomas
A doença se caracteriza pela presença de tecido endometrial localizado fora do útero, o que pode levar à inflamação e à fibrose. A endometriose superficial é quando as lesões são menores que 5 milímetros e se apresentam de forma espalhada na região abdominal.
A endometriose ovariana é identificada pela formação de cistos espessos no ovário, chamados de endometriomas. Já a endometriose profunda é uma forma mais agressiva da doença, quando há lesões com mais de 5 milímetros e envolve outros órgãos além do sistema reprodutivo como, por exemplo, o intestino.
Cólicas mais fortes no período menstrual, irregularidade do ciclo e fluxo intenso da menstruação são os principais sintomas da doença. Na manifestação da endometriose profunda, as pacientes também podem apresentar dores nas costas e durante a relação sexual.
Infertilidade e gravidez
A endometriose está relacionada às causas de infertilidade. “Embora a doença seja encontrada em até 40% das mulheres inférteis, até o momento não foram estabelecidos quais seriam os mecanismos responsáveis pela infertilidade”, explica a Febrasgo.
Mas isso não significa que todas as mulheres diagnosticadas com a doença não poderão ou terão dificuldade para engravidar. Com a realização do tratamento adequado, além da diminuição dos sintomas, evitam-se as complicações.
Outro dado importante é que mulheres com endometriose quando engravidam não apresentam complicações na gestação decorrentes do diagnóstico.
Tratamento
Para a indicação do tratamento adequado, as pacientes devem procurar orientação médica e realizarem exames físicos e de imagem. Devem ser analisados ainda, os sintomas, a idade da paciente, o desejo reprodutivo e a identificação do aspecto e do estágio da endometriose. Além de medicamentos para o alívio da dor, o tratamento pode incluir procedimentos cirúrgicos.