O uso de jogos interativos, ou “gameterapia”, ganha cada vez mais espaço em clínicas e espaços dedicados à terceira idade. Segundo Vanessa Tamborelli Frakas, fisioterapeuta do Residencial Club Leger, localizado em São Paulo, o uso de jogos interativos possibilita trabalhar o equilíbrio, o condicionamento físico, aeróbica e a estimulação cognitiva.
– Os jogos produzem movimentos semelhantes ao que fazemos dentro da fisioterapia convencional e abrange pacientes que fazem fisioterapia ortopédica, neurológica entre outras – destaca Vanessa.
Ela aponta que a utilização do videogame na reabilitação faz com que os idosos tenham mais motivação. A cada ponto conquistado ou fase superada, o idoso consegue visualizar de forma muito interativa e rápida, fazendo com que as terapias se tornem mais lúdicas e leves.
– Isso ajuda a humanizar o tratamento, muitas vezes doloroso e exaustivo, além de possibilitar acessibilidade para pacientes com deficiência. Muitos movimentos que o paciente, às vezes, não consegue mais realizar, através do jogo consegue vivenciar novamente aquela atividade ou movimento há muito tempo não executado – afirma a fisioterapeuta.
Vanessa explica que alguns estudos científicos mostram que os games ajudam, tanto em adultos quanto em idosos, no aumento das atividades do hipocampo (responsável pela memória), córtex pré-frontal dorsolateral (que controla o planejamento, a tomada de decisões e a inibição) e cerebelo (responsável por atuar no controle e no equilíbrio motor).
Ela acrescenta que a escolha dos jogos a serem utilizados dependerá dos objetivos que o terapeuta estabelece para cada paciente.
– Os principais consoles utilizados e mais acessíveis são WII e o X- Box, porém temos outros tipos e há também a possibilidade de desenvolvimento de jogos para programas específicos de reabilitação, porém o custo é mais elevado – explica.
O gerente executivo do Residencial Clube Leger, Vinícius Neves, ressalta que este tipo de atividade é difundida nos principais centros de tratamentos de idosos nos EUA.
– Muitas instituições norte-americanas mantêm uma grade fixa com esse tipo de programação. Vamos fazer o mesmo aqui no Residencial Leger, acontecendo, neste primeiro momento, às quartas. Além dos aspectos clínicos, temos uma ótima resposta em termos de socialização e do senso de competitividade saudável que ajuda a ativar a autoestima – relata Neves.
Vanessa alerta que a uso dos jogos tem de ser colocado dentro de um planejamento visando os objetivos traçados e observando os bons resultados que possam gerar.
– Mesmo divertidos, os movimentos, quando mal executados, podem até agravar a situação. Além disso, é muito importante ressaltar que os jogos não substituem a fisioterapia convencional, mas complementa o tratamento.