A trombose é um dos efeitos colaterais do uso da pílula anticoncepcional. Embora a incidência seja considerada baixa, ela existe e, portanto, requer atenção. Por isso, a orientação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é que os profissionais da saúde orientem os pacientes e analisem os fatores de risco individuais.
Segundo estudo publicado na revista Femina, da Federação, alguns hormônios contidos em pílulas anticoncepcionais podem promover alterações na coagulação sanguínea, reduzindo os anticoagulantes naturais, o que pode aumentar o risco de trombose nas pacientes que fazem uso desses métodos contraceptivos.
A trombose caracteriza-se pela formação de coágulos que obstruem a circulação sanguínea e podem surgir em artérias ou veias. No primeiro caso, é chamada de trombose arterial e, no segundo, trombose venosa profunda.
Na maior parte dos diagnósticos, os coágulos são formados nos membros inferiores, sendo responsáveis por provocar dor, inchaço, vermelhidão e calor local. O quadro pode ser agravado quando os coágulos se movimentam na corrente sanguínea e atingem outras partes do corpo, como os pulmões, originando a embolia.
Fatores de risco
De acordo com informações do Ministério da Saúde, uma série de fatores podem contribuir para aumentar os riscos de incidência da trombose. Dentre eles estão o uso de cigarro, a hereditariedade, a obesidade, a presença de varizes, ficar muitas horas do dia sentado, dentre outros.
Por conta disso, a orientação da Febrasgo é que os fatores de risco sejam informados no momento da consulta com o médico ginecologista. “A identificação de fatores de risco individuais deve fazer parte da rotina na atenção contraceptiva. O aconselhamento contraceptivo deve incluir a informação do risco real de trombose, bem como a orientação prévia de seus sinais de alerta”, recomenda a instituição.
É importante destacar que, embora a pílula anticoncepcional possa aumentar a incidência da trombose, a doença não atinge apenas as mulheres.
Diagnóstico
A trombose pode ser identificada por meio de diagnóstico clínico para avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente associado a exames de imagem, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.
Quando há a evolução do quadro para a embolia pulmonar, a paciente pode apresentar sintomas como dor torácica, falta de ar e ansiedade. O diagnóstico pode ser feito por meio de uma tomografia computadorizada de tórax.
Tratamento
O tratamento é feito conforme o diagnóstico. Pacientes com trombose arterial podem fazer uso de anticoagulantes e, em casos mais complexos, serem encaminhados para a cirurgia de desobstrução a fim de evitar o risco de amputação. A trombose venosa também é tratada com anticoagulantes e o uso de meias de compressão.
Outros efeitos colaterais
Além da trombose, as pílulas anticoncepcionais podem originar outros efeitos colaterais. Entre os mais comuns podem ocorrer dor de cabeça, náuseas, aumento de peso e diminuição da libido. Já em casos mais raros, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Os seis primeiros meses de uso dos contraceptivos orais merecem muita atenção, pois é o período em que sintomas podem surgir. Caso sejam percebidas alterações, é necessário buscar orientação médica.
É importante que a paciente mantenha consultas regulares ao ginecologista, que deve orientá-la sobre os métodos contraceptivos considerando o seu histórico de saúde.