Terça-feira é um dia especial para os 24 pacientes da Ala de Psiquiatria do Hospital de Base do Distrito Federal. Nesse dia, eles têm a oportunidade de passar bons momentos no jardim do hospital. Orientados e assistidos por terapeutas profissionais, eles praticam esporte, fazem caminhada, brincam, curtem a natureza. E assim, ganham mais saúde física e mental para prosseguir o tratamento psiquiátrico.
Essa terapia existe há três anos no Hospital de Base, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGESDF). Mas ela foi prejudicada por causa da pandemia, quando algumas atividades, como o cultivo de hortaliças, tiveram que ser suspensas. Mas a “terapia do jardim” não parou nem no auge da pandemia. E agora, com a visível progressão do quadro de saúde dos pacientes, está ganhando mais força.
“A psiquiatria tem objetivo de manter internações breves e foco na ressocialização dos pacientes”, ensina Júlia Torres, chefe da Ala de Psiquiatria. “Para isso, é essencial que eles saiam frequentemente da enfermaria e experimentem esses contatos sociais no ambiente protegido”.
Todos os pacientes internados podem participar das atividades. Para atender a um número maior de enfermos, eles são divididos em grupos. Quando há algum paciente mais agitado, o atendimento passa a ser individual.
Os resultados animam a equipe, especialmente os dois executores do projeto: o terapeuta ocupacional Rudjery Parente e a fisioterapeuta Beatriz Elaine. “Todas as terças-feiras, quando deixam os leitos, eles podem vivenciar um ambiente diferente daquele ao que estão acostumados. Isso faz com que a permanência deles no hospital seja mais leve”, destacou Parente.
Os pacientes ficam no jardim por 60 minutos. Tempo suficiente para diversas atividades: estímulo de habilidades motoras como alinhamento, estabilidade, coordenação, ritmo e fluidez, além de desenvolvimento de habilidades processuais, como foco, atenção e organização.
A terapia do jardim, segundo Parente, é um santo médico que ajuda o corpo e a mente dos enfermos, especialmente aqueles menos sociáveis. “A gente procura estimular principalmente os paciente com alguma alteração de humor, que estão depressivos, ansiosos e agitados. O objetivo é mantê-los motivados no processo de tratamento”, explicou o terapeuta. “Depois dos encontros, os pacientes voltam mais animados e com um pouco mais de energia”, completa Beatriz.
(Iges-DF)